Aplicações da radioactividade
"Os cientistas podem criar formas radioactivas de elementos comuns, chamados isótopos. Cada isótopo tem uma taxa fixa de declínio que pode ser caracterizada pela sua meia-vida, ou pelo período de tempo que leva a metade dos átomos radioactivos numa amostra em declínio. Isto porque cada isótopo se deteriora de forma única e previsível podendo ser assim usados para uma variedade de efeitos." in
(https://www.accessexcellence.org/AE/AEC/CC/radioactivity.php)
Os isótopos radioactivos, quer naturais quer artificiais, podem então ser utilizados em diversas áreas, como a medicina, a geologia, a arqueologia, a indústria e a produção de energia.
Na Medicina
As radiações emitidas por isótopos radioactivos podem ser usadas como meio de diagnóstico de diversas doenças ou como meio terapêutico na destruição de tumores. Os radioisótopos podem ser usados para a identificação e estudo de determinados órgãos e localização de tumores. É possível injectar uma pequena quantidade de um isótopo radioactivo na corrente sanguínea e, através de dispositivos detectores de radiação, seguir a trajectória desse elemento no corpo do paciente.
Para além disso, como se sabe, a absorção da radiação não se faz de igual maneira em todos os tecidos, sendo assim possível detectar e observar tumores medindo a dose de radiação absorvida nos diferentes tecidos.
As radiações emitidas pelos radioisótopos são também usadas no tratamento de algumas doenças relacionadas com o cancro, quer na destruição de tumores localizados quer, por exemplo, no tratamento da leucemia. As doses de radiação utilizadas são calculadas de forma a destruir os tecidos dos tumores provocando o mínimo de danos possí vel nos tecidos sãos que os rodeiam.
Geralmente, usam-se isótopos radioactivos misturados com isótopos estáveis do mesmo elemento. Os radioisótopos podem também ser usados na esterilização de seringas, agulhas, próteses, etc.

Na arqueologia e na geologia
A radioactividade natural é utilizada para a datação de rochas e fósseis. Muitas rochas que se formaram há milhões de anos contêm urânio-238. O urânio-238 desintegra-se em chumbo-206 e o seu período de semidesintegração é de 4,5 ×109 anos. Determinando a proporção entre a quantidade de urânio-238 e chumbo-206 presente numa determinada rocha, é possível saber, aproximadamente, a sua «idade».
A datação de fósseis é feita por um processo idêntico. Os seres vivos absorvem pequenas quantidades de um isótopo de carbono, o carbono-14, pois este está presente na atmosfera. A partir do momento em que o ser vivo morre, cessa a absorção de carbono-14 e o carbono até aí absorvido vai sofrendo desintegração radioactiva. Medindo a quantidade de carbono-14 existente num fóssil é possível determinar, aproximadamente, há quanto tempo é que morreu o ser vivo que lhe deu origem.
Na indústria
Os isótopos radioactivos são usados para detectar defeitos nas peças metálicas produzidas. O processo é idêntico às radiografias obtidas por raios-X. A radiação gama é também utilizada na esterilização de produtos alimentares, para medir espessuras de papel, objectos de metal, etc.
Na produção de energia
Hoje em dia, as centrais nucleares são, provavelmente, a aplicação mais importante da energia nuclear. É possível produzir grandes quantidades de energia, através de reacções nucleares. O calor produzido é usado para a produção de energia eléctrica de forma idêntica ao que acontece nas centrais termoeléctricas. A grande diferença é que se produzem grandes quantidades de energia com pequenas quantidades de isótopos radioactivos.
A principal desvantagem do funcionamento das centrais nucleares, para além do perigo de um acidente, é a acumulação de lixos radioactivos, uma vez que um isótopo radioactivo, ao desintegrar-se, pode dar origem a outro isótopo radioactivo sendo este o processo que ocorre nas centrais nucleares.
Os resíduos resultantes, que já não podem ser usados para a produção de energia, têm de ser armazenados, pois se fossem lançados livremente na Natureza representariam um perigo para a Humanidade. Os lixos nucleares
têm de ser colocados em contentores a grande profundidade e demoram muitos anos a tornar-se inofensivos.

Pode-se então verificar que o recurso à energia nuclear pode representar grandes beneficios, mas também um grande perigo para toda natureza e como em tudo, tem de imperar o bom-senso e d
evemos procurar aproveitar as vantagens minimizando as desvantagens.
Fonte: https://www.educacao.te.pt/jovem/index.jsp?p=117&idArtigo=296
