Consequências e Perigos

Consequências e os Perigos

     A radioactividade é um dos principais entraves à energia nuclear é o receio de no caso de haver um acidente este poder ser extremamente grave. As centrais nucleares produzem resíduos altamente radioactivos que emitem três tipos de radiação: alfa, beta e gama. Todas as substâncias radioactivas devem ser manuseadas com extremo cuidado, mas os emissores gama são os mais perigosos de todos. 

    A penetração de raios gama no nosso organismo deteriora as células vivas e pode provocar cancro e leucemia. Uma pessoa exposta a esta radiação até pode nem se dar conta do que lhe está a acontecer até que a doença seja diagnosticada uns anos mais tarde. Além do mais, um dos combustíveis nucleares é o plutónio, altamente venenoso. 

    Os raios gama percorrem grandes distâncias e chegam a penetrar numa parede fina de cimento. É por isso que todas as substâncias radioactivas são protegidas por camadas suficientemente espessas de materiais que evitam a fuga dessas perigosas radiações. Instrumentos de medição, como os contadores de Geiger, são utilizados para medir a quantidade de radiação proveniente de qualquer fonte. 

  Figura ilustrativa de modo de propagação das radiações alfa, beta e gama. Sendo a gama a com maior capacidade de penetração, atravessando tecido, aluminio, parede de cimento acabando por se "detida" no chumbo.

  A possibilidade de ocorrer uma explosão nuclear num reactor é francamente remota, mas o super aquecimento constitui um perigo real. Embora os sistemas de segurança existam por vezes em duplicado (e mesmo em triplicado), o acidente de Three Mile Island na Pennsylvania em 1979 veio demonstrar que eles podem acontecer.

    Por último, as substâncias residuais são igualmente radioactivas e assim se mantêm por muito tempo. Os cientistas nucleares afirmam confiadamente que esses resíduos podem ser guardados com segurança a grandes profundidades. Mas poucas pessoas se sentem felizes com a proximidade dum depósito de lixo nuclear (Boyle, Desmond 1980).

Fonte: Ciência Visual - Energia, Círculo dos Leitores 1980